– Letras Bilíngues Inglês/Português

Letras e Tradução

[Português]

Aqui vai um teaser.

Imagine se eu dissesse que as curas para doenças crônicas

estão escondidas em nossos próprios sistemas imunes?

Se ao menos pudéssemos extrair essa informação.

Vamos pegar a esclerose múltipla,

por exemplo.

Esclerose múltipla é uma doença autoimune debilitante

onde nossas próprias células atacam o cérebro.

E por anos não sabíamos o que a causava,

o que torna muito difícil tratá-la.

Então, em janeiro de 2022,

um estudo foi publicado

onde eles acompanharam 10 milhões de pessoas

por 20 anos,

e descobriram que o vírus Epstein-Barr —

como a mononucleose, a doença do beijo —

aumenta o risco de esclerose múltipla em 32 vezes.

É um grande negócio.

Você deve ter visto nos noticiários.

Então, três dias depois,

outro estudo saiu na "Nature" mostrando não só uma correlação,

mas um vínculo direto entre o vírus Epstein-Barr e a esclerose múltipla.

Usando apenas 12 pessoas,

e amostrando, tipo, uma vez.

Então, 10 milhões de pessoas, 20 anos --

12 pessoas

em, tipo, um dia.

Como eles fizeram isso?

Então, a equipe, Robinson e Lanz,

usou um instantâneo de informação armazenada nas células imunes da memória

para deduzir o que veio antes e desencadeou a doença,

ou o que eu gosto de chamar de imunologia forense.

E no caso de Robinson,

eles já sabiam o que estavam procurando:

vírus Epstein-Barr, mielina.

Então, só precisaram decodificar uma partezinha do arquivo massivo, distribuído,

sempre evoluindo

que é o sistema imune da memória.

Então, o sistema imune armazena uma impressão

de tudo que encontra:

infecções, alergias, autoimunidade, toxinas, câncer.

É basicamente o histórico de navegação do navegador web.

É também como as vacinas funcionam.

Então, embora não saibamos o que está causando uma doença,

o sistema imune provavelmente sabe.

E se conseguíssemos decodificar o arquivo imune em escala,

poderíamos aplicar a imunologia forense

a doenças onde ainda não sabemos a causa.

Então, é exatamente isso que minha equipe visa fazer.

E estou encantado em anunciar publicamente,

pela primeira vez na imprensa,

uma Organização de Pesquisa Focada em Imunologia Forense

ou ORPF,

construindo ferramentas de aprendizado de máquina e experimentais

para identificar as causas ocultas e curas para doenças crônicas.

Atualmente, somos generosamente apoiados por Eric e Wendy Schmidt,

Convergent Research e a Cidade de Nova York.

Também somos -- sim, Nova York, certo?

(Aplausos e vivas)

E todos os outros.

Também vamos aplicar essas ferramentas a doenças crônicas intratáveis,

particularmente distúrbios neurológicos e psiquiátricos.

Por que os neuropsiquiátricos, certo?

Evidências emergentes, incluindo alguns dos meus trabalhos,

sugerem que muitos dos chamados distúrbios psiquiátricos

são na verdade doenças imunes.

Por exemplo, o sistema imune armazena uma memória do estresse psicológico

e está envolvido na resiliência ao estresse.

E muitos casos de esquizofrenia estão se revelando

como impulsionados por doenças autoimunes subjacentes.

E a vacina contra herpes-zóster pode prevenir demência.

E há também tudo que vimos durante a pandemia.

COVID causando novos distúrbios psiquiátricos,

COVID longa.

Então, estamos no meio de uma revolução da imunoterapia para o câncer.

Alguns tipos de câncer que tinham taxas de mortalidade de 90% há 50 anos

agora têm taxas de cura de 90%.

E se pudéssemos estender essa revolução

para autoimunidade, diabetes,

demência, depressão?

Talvez em 15 anos,

what the immune system already knows,

se aprendermos o que o sistema imune já sabe,

poderemos tirar o "crônico" das doenças crônicas.

(Aplausos e vivas)

[Inglês]

Here's a teaser.

What if I told you that cures for chronic disease

were hidden in our own immune systems?

If only we could read that information out.

So let's take multiple sclerosis,

for example.

Multiple sclerosis is a debilitating autoimmune disease

where our own cells attack the brain.

And for years we didn't know what caused it,

which makes it very difficult to treat.

So in January 2022,

a study came out

where they followed 10 million people

for 20 years,

and they found that Epstein-Barr virus —

so mono, the kissing disease —

increased the risk of multiple sclerosis by 32 times.

It's a big deal.

You might have seen it in the news.

So three days later,

another study came out in "Nature" showing not just a correlation,

but a direct link between Epstein-Barr virus and multiple sclerosis.

Using just 12 people,

and sampling, like, once.

So 10 million people, 20 years --

12 people

in, like, a day.

How did they do that?

So the team, Robinson and Lanz,

used a snapshot of information stored in our memory immune cells

to infer backwards what had come before and triggered the disease,

or what I like to call forensic immunology.

And in Robinson's case,

they already knew what they were looking for:

Epstein-Barr virus, myelin.

So they only had to decode a tiny part of the massive, distributed,

ever evolving archive

that is the memory immune system.

So the immune system stores an imprint of everything it encounters:

infections, allergies, autoimmunity, toxins, cancer.

It's basically a web browser history.

It's also how vaccines work.

So though we may not know what is causing a disease,

the immune system probably does.

And if we could decode the immune archive at scale,

we could apply forensic immunology

to diseases where we don't yet know the cause.

So that is exactly what my team aims to do.

And so I am thrilled to announce publicly,

for the first time in print,

a forensic immunology Focused Research Organization

or FRO,

building machine learning and experimental tools

to identify the hidden causes of and cures for chronic disease.

Currently, we are generously supported by Eric and Wendy Schmidt,

Convergent Research, and the City of New York.

We're also -- yeah, New York, right?

(Applause and Cheers)

And everyone else.

We're also going to apply these tools to intractable chronic diseases,

particularly neurological and psychiatric disorders.

So why neuropsych, right?

Emerging evidence, including some of my own work,

suggests that a lot of what we are calling psychiatric disorders

are actually immune diseases.

So, for example, the immune system stores a memory of psychological stress

and is involved in stress resilience.

And a lot of cases of schizophrenia are actually turning out

to be driven by underlying autoimmune disease.

And the shingles vaccine might prevent dementia.

And there's also everything that we saw during the pandemic.

COVID causing de novo psychiatric disorders,

long COVID.

So really we are in the middle of an immunotherapy revolution for cancer.

Some cancers that had 90 percent mortality rates 50 years ago

now have 90 percent cure rates.

What if we could extend that revolution

to autoimmunity, diabetes,

dementia, depression?

Maybe in 15 years,

if we can learn

what the immune system already knows,

we could take the chronic out of chronic disease.

Thank you.

(Applause and cheers)

Vocabulário chave

Vocabulário	Significados
cure /kjʊər/ B1	noun - cura verb - curar
disease /dɪˈziːz/ A2	noun - doença
immune /ɪˈmjuːn/ B2	adjective - imune
system /ˈsɪstəm/ B1	noun - sistema
cells /selz/ B2	noun - células
attack /əˈtæk/ A2	verb - atacar
treat /triːt/ A2	verb - tratar
virus /ˈvaɪrəs/ B2	noun - vírus
risk /rɪsk/ B1	noun - risco
correlation /ˌkɒrɪˈleɪʃən/ C1	noun - correlação
link /lɪŋk/ B1	noun - ligação
sampling /ˈsæmplɪŋ/ B2	noun - amostragem
memory /ˈmeməri/ A2	noun - memória
infer /ɪnˈfɜːr/ C1	verb - inferir
massive /ˈmæsɪv/ B2	adjective - massivo
archive /ˈɑːrkaɪv/ C1	noun - arquivo
encounter /ɪnˈkaʊntər/ B2	verb - encontrar
resilience /rɪˈzɪliəns/ C1	noun - resiliência