Regarde-moi – Letras Bilíngues Francês/Português

• Por: Soprano
• Álbum: La Colombe et le Corbeau

Letras e Tradução

[Português]

Olha pra mim, eu sou a França de baixo

O desemprego e a crise

Mano, sou eu que a combato

Eu vivo no dia a dia

O que você não conhece, o que você não entende

Logo embaixo da sua casa

Olha pra mim (sim, sim, olha pra mim)

Olha pra mim (sim, sim, olha pra mim)

Eu cresci longe dos meios favorecidos

Com pais que não falavam uma palavra em francês

Problemas financeiros

Que obrigavam o pai a voltar do trabalho com as costas quebradas

Pra ter certeza de não mais cruzar com os oficiais de justiça

Para poder ajudá-los, eu trabalhei no ensino médio

Porque sempre me disseram que os diplomas traziam um emprego

Passei minhas noites trabalhando arduamente

Até o dia em que passei nos meus exames com sucesso

O orgulho da família

Eu era o raio de esperança

Para finalmente fazê-los deixar a comunidade

Mas, apesar do meu currículo, todas as portas se fechavam

Eles diziam qualificado demais, eu diria bronzeado demais

Comecei a trabalhar como agente de segurança

Era provisório para garantir a chegada do bebê

Mas os anos passavam, as contas se acumulavam

Eu entrei num banco de capuz e gritei

Olha pra mim, eu sou a França de baixo

O desemprego e a crise

Mano, sou eu que a combato

Eu vivo no dia a dia

O que você não conhece, o que você não entende

Logo embaixo da sua casa

Olha pra mim (sim, sim, olha pra mim)

Olha pra mim (sim, sim, olha pra mim)

Eu cresci longe dos meios favorecidos

Completamente francês, de pais divorciados

Por causa de um pai com tendência ao alcoolismo

Eu tive que parar os estudos para melhor ajudar a mamãe

A pagar as fraldas da Johanna

Minha irmãzinha, minha joia, meu karma

Aquela que me faz sorrir quando as coisas vão mal

Eu já a via como médica ou advogada

Mas o destino fez para minha irmã outra escolha

Aos 16 anos um bebê, um aluguel para pagar

O pai que fugiu com medo de assumir

Dívidas na cabeça, ainda sem emprego

Para pagar o leite, as fraldas desse pequeno garoto

Ela começa a beber para poder esquecer

Os neurônios explodidos de tanto fumar

Numa noite de julho com o estômago cheio de comprimidos

Na secretária eletrônica dos bombeiros ela começa a gritar

Olha pra mim, eu sou a França de baixo

O desemprego e a crise

Mano, sou eu que a combato

Eu vivo no dia a dia

O que você não conhece, o que você não entende

Logo embaixo da sua casa

Olha pra mim (sim, sim, olha pra mim)

Olha pra mim (sim, sim, olha pra mim)

Eu, eu cresci num meio favorecido

Família aburguesada

Eu sou o herdeiro de uma família riquíssima no 16º distrito

Delegado numa escola particular, diplomado, sem forçar

Graças à doação anual do meu pai

Sempre bem vestido, Dior, Armanio, ou então Dolce

Eu dou a volta ao mundo em jato particular

Eu livro-me das minhas multas porque almoço no Palácio do Eliseu

Passo as minhas noites no Costes, as narinas cheias de pó

Eu coleciono as garotas, as belas Rihannas

Solteiro feliz, eu tinha dito à Johanna

Mas ela me trouxe um bebê pequenininho

Me disse que era meu e que era preciso assumir

Claro que eu a deixei e sem me virar para trás

Mas nessa noite ela me liga com o estômago cheio de comprimidos

Para acalmá-la, eu fui ver o meu banqueiro

Um cara encapuzado entrou, me assaltou, e então gritou

Olha pra mim, eu sou a França de baixo

O desemprego e a crise

Mano, sou eu que a combato

Eu vivo no dia a dia

O que você não conhece, o que você não entende

Logo embaixo da sua casa

Olha pra mim (sim, sim, olha pra mim)

Olha pra mim (sim, sim, olha pra mim)

...

[Francês]

Regarde-moi, je suis la France d'en bas

Le chômage et la crise

Mec, c'est moi qui la combats

Je vis au quotidien

Ce que tu ne connais pas, que tu ne comprends pas

Juste en bas de chez toi

Regarde-moi (ouais, ouais, regarde-moi-moi)

Regarde-moi (ouais, ouais, regarde-moi-moi)

J'ai grandi loin des milieux aisés

Avec des parents qui ne parlaient pas un mot français

Des problèmes financiers

Qui obligeaient le daron à rentrer du chantier avec le dos cassé

Pour être sûr de ne plus croiser les huissiers

Pour pouvoir les aider, j'ai taffé au lycée

Car on m'a toujours dit que les diplômes ramenés un métier

J'ai passé mes soirées à bosser d'arrache-pied

Jusqu'au jour où je réussis mes exam' avec succès

La fierté de la famille

J'étais la lueur d'espoir

Pour enfin leur faire quitter la cité

Mais malgré mon CV, toutes les portes se fermaient

Ils disaient trop qualifié, moi je dirais trop basané

Je me suis mis à bosser, agent de sécurité

C'était provisoire pour assurer l'arrivée du bébé

Mais les années passaient, les factures entassées

J'suis rentré dans une banque cagoulé et j'ai crié

Regarde-moi, je suis la France d'en bas

Le chômage et la crise

Mec, c'est moi qui la combats

Je vis au quotidien

Ce que tu ne connais pas, que tu ne comprends pas

Juste en bas de chez toi

Regarde-moi (ouais, ouais, regarde-moi-moi)

Regarde-moi (ouais, ouais, regarde-moi-moi)

J'ai grandi loin des milieux aisés

Complètement français, de parents divorcés

À cause d'un père au penchant alcoolisé

J'ai dû stopper les études pour mieux aider la mama

À payer les couches de Johanna

Ma petite sœur à moi, mon bijou, mon karma

Celle qui me redonne le sourire quand ça va mal

Je la voyais déjà médecin ou avocat

Mais le destin a fait pour ma sœur un autre choix

À 16 ans un bébé, un loyer à payer

Le père qui s'est barré de peur d'assumer

Des dettes plein le cerveau, toujours pas de boulot

Pour payer le lait, les couches de ce petit marmot

Elle se met à tiser pour pouvoir oublier

Les neurones explosés à force de fumer

Un soir de juillet le ventre plein de cachets

Sur le répondeur des pompiers elle se met à crier

Regarde-moi, je suis la France d'en bas

Le chômage et la crise

Mec, c'est moi qui la combats

Je vis au quotidien

Ce que tu ne connais pas, que tu ne comprends pas

Juste en bas de chez toi

Regarde-moi (ouais, ouais, regarde-moi-moi)

Regarde-moi (ouais, ouais, regarde-moi-moi)

Moi, j'ai grandi dans un milieu aisé

Famille embourgeoisée

J'suis l'héritier d'une famille richissime dans le 16ème

Délégué dans une école privée, diplômé, sans forcer

Grâce au don annuel de mon padre

Toujours bien sapé, Dior, Armanio, ou bien Dolce

J'fais le tour du monde en jet privé

J'fais sauter mes P.V car je déjeune à l'Élysée

Je passe mes soirées au Costes, les narines enfarinées

J'collectionne les nanas, les belles Rihanna

Célibataire ravi, je l'avais dit à Johanna

Mais elle m'a ramené un tout petit bébé

M'a dit qu'il était de moi et qu'il fallait l'assumer

Bien sûr je l'ai quittée et sans me retourner

Mais ce soir-là elle m'appelle le ventre plein de cachets

Pour la calmer, je suis parti voir mon banquier

Un gars cagoulé est rentré, m'a braqué, puis a crié

Regarde-moi, je suis la France d'en bas

Le chômage et la crise

Mec, c'est moi qui la combats

Je vis au quotidien

Ce que tu ne connais pas, que tu ne comprends pas

Juste en bas de chez toi

Regarde-moi (ouais, ouais, regarde-moi-moi)

Regarde-moi (ouais, ouais, regarde-moi-moi)

Vocabulário chave

Vocabulário	Significados
crise /kʁiz/ B1	noun - crise
chômage /ʃɔ.maʒ/ B1	noun - desemprego
famille /fa.mij/ A1	noun - família
problèmes /pʁɔ.blɛm/ A2	noun - problemas
parents /pa.ʁɑ̃/ A1	noun - pais
métier /me.tje/ A2	noun - profissão
espoir /ɛs.pwaʁ/ B1	noun - esperança
portes /pɔʁt/ A1	noun - portas
années /a.ne/ A1	noun - anos
factures /fak.tyʁ/ A2	noun - faturas
père /pɛʁ/ A1	noun - pai
sœur /sœʁ/ A1	noun - irmã
bébé /be.be/ A1	noun - bebé
choix /ʃwa/ B1	noun - escolha
banquier /bɑ̃.kje/ B1	noun - banqueiro